Em doze edições esta é a nona vez que o Willim Parker é convidado e aceita o convite. Obviamente que estou a exagerar mas a quantidade de vezes, até consecutivas, que já veio cá também é demais.
Mais uma vez este festival desilude. Na verdade, a única coisa boa é que ao menos existe e que certamente diverte meia dúzia e outra dúzia que é incapaz de dizer que não gostou. Provavelmente as salas deverão estar bem compostas - porque as pessoas aderem e têm interesse - mas, pela experiência de edições anteriores, gostava de saber quem irá realmente gostar do que irá ouvir. Tudo o resto é, na minha opinião, um desastre.
Primeiro, a sala não é minimamente apropriada para receber o evento. Há outros espaços muito mais adequados para a sua realização em termos de dimensão, proximidade e interactiviade com o palco e disposição da plateia. Ex - Academia das Artes.
Segundo, o cartaz é restritivo e não revela uma preocupação de adequação ao espaço. Outra vez o free jazz e outra vez o William Parker. Podem ser todos tecnicamente muito bons mas já se viu que é um género para uma minoria mais prejudicado ainda pelo próprio espaço que impede quem até nem vai muito à bola com o género mas está disposto a correr o risco ainda assim possa disfrutar do concerto.
Em terceiro lugar, o calendário. Há apenas um concerto por dia e, portanto, só se pode presenciar a actuação, demasiado longa, de um único músico/banda.
Pelo contrário, o festival AngraJAzz, que conta com apenas mais uma edição no seu historial, é exactamente o inverso e é, a léguas, muitíssimo superior. Veja-se só o próprio site. Realiza-se, de forma concentrada em apenas 3 dias (5.ª, 6.ª e sábado), com dois concertos por dia, num auditório - com mesas junto ao palco e com bom bar de apoio - e com um cartaz minimamente abrangente e diferenciado, composto por músicos/bandas regionais, nacionais e internacionais. Por isso é que é um festival referência a nível nacional e até internacional e "o nosso" - que até é um festival regional e não local - é só mais um festival, perdido por entre os demais.
Apoio a inicitativa porque, bem ou mal, há alguém que o realiza. Mas, infelizmente é assim: ou tudo ou nada. Temos realmente um festival de jazz, mas para meia dúzia.
Desta vez, não me apanham lá.
Tudo dito Sousa. Merecia ser transcrito para um espaço mais visível. Do que ouvi do cartaz, só o 1º dia dá alguma chance.
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