terça-feira, outubro 02, 2007

Até quando o isolamento forcado?


Este é um excerto de uma notícia publicada no Correio da Manhã sobre a liberalizacão da rota Lisboa - Funchal. Como os Acores, no que diz respeito ao espaco aéreo, está sempre um passo atrás puseram esta pequena, mas importante referência sobre o nosso arquipélago: ... o secretário açoriano da Economia admitiu ontem que, dentro de algum tempo, possam surgir ligações aéreas entre países da Europa e os Açores asseguradas por companhias de baixo custo, havendo contactos com a Air Berlim, Raynair e EasyJet.

Claro que se trata de um boa notícia, mas continuo sem perceber o porquê deste proteccionismo no que diz respeito às rotas nacionais. Se olharmos para o mercado aéreo em Espanha e verificarmos os precos, vemos que estamos a ficar muito para trás, mesmo no que diz respeito ao transporte entre as ilhas espanholas e o continente os precos são muito inferiores e estão presentes várias companhias low-cost.

4 comentários:

  1. Neste momento o problema não é a liberalização da linha, uma vez que a mesma foi liberalizada. Mas as companhias que quiserem voar para os açores com ligações regulares, têm de assegurar ligações a santa maria, são miguel, terceira e pico (não tenho a certeza se o faial está incluido). Isto supostamente para evitar a exclusão das outras ilhas que não terceira e são miguel. Isto é, o governo gasta balúrdios para assegurar as ligações inter-ilhas com a SATA Air Açores, e depois os utilizações pagam balúrdios para terem Airbuses e Boeings a aterrar directamente nestas ilhas...
    Não há companhias que resistam ou que achem esta opção atraente...

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  2. Quando digo "liberalizar" é deixar que várias companhias voem para os Acores e não entregar o espaco aéreo a apenas uma. Relativamente à questão das outras ilhas, apesar de não saber muito sobre o assunto, vejo que existem outras companhias nacionais e internacionais que fazem ligacões de curta duracão e em aeroportos tão pequenos quanto os nossos, sendo que a utilizacão de aviões grandes - Boeing e Airbus - não é uma obrigacão, pois podem utilizar os ATPs como a Sata o faz presentemente. Uma outra questão que me faz duvidar sobre a vontade do governo regional em entregar o espaco aéreo a outras companhias, foi o concursso de 2000 ( se não estou enganado) em que a Air Luxor entrou e ganhou, mas depois foi afastada e cujas circunstâncias nunca foram devidamente explicadas.

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  3. Confesso que também não domino o assunto,dada a sua complexidade, pois afinal de contas o problema não é assim tão simples. O que o Philip disse é verdade, é necessário garantir não só a rota lisboa - ponta delgada, mas também rotas com algumas ilhas...mais ainda...é obrigatório garantir um serviço de carga (ex: correio) entre outras coisas que muitas empresas não conseguem fazê-lo...daí a sua designação "low cost" (entedam isso nas 2 ópticas: preço de venda baixo para o consumidor, fruto de baixos custos de produção/ operacionalidade para a empresa).
    De realçar que as linhas inter ilhas não são nenhum mercado atractivo para empresas de aviação. Esta situação já foi comprovada por diversos estudos. Garanto-vos que os lucros do Grupo SATA não são provenientes de Receitas inter-ilhas. Neste segmento os Custos tem um peso bastante maior...já para não falar nas nossas condições climatéricas e na experiência que os pilotos terão que ter.
    Não podemos comparar o custo de insularidade dos Açores com a Madeira...é muito mais fácil construir 1 ou 2 bons aeroportos do que 9 medíocres.

    Quero também dizer que apesar de tentar apresentar algumas justificações não quer dizer que concorde com os preços e a politíca praticada.

    Abraços

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  4. Acho que se gerou alguma confusão nesta discussão. Eu não concordo de todo com esta política do Governo como tentei explicar acima.
    As rotas regulares para os Açores estão liberalizadas, isto é, qualquer companhia que queira fazer uma ligação regular para são miguel pode fazê-lo. Contudo, para o fazer tem de assegurar também ligações com airbuses ou boeings para santa maria, pico, terceira. Não chega assegurar ligações inter-ilhas (se repararem a SATA agora faz voos Lisboa-Sta Maria-Ponta Delgada), estas já são asseguradas pelo governo ao garantir à SATA Air Açores 50% de ocupação de cada voo inter-ilhas. Não percebo então o interesse de assegurar ligações directas às ilhas mais pequenas (através das regras impostas às companhias externas) e assegurar ainda as ligações inter-ilhas.

    A questão da carga pode perfeitamente ser assegurado pelas low-cost. Ao contrário do que percebi do post do ourique, as low cost transportam carga. Aliás, grande parte dos lucros destas empresas vêm do transporte de carga, daí que limitem muito o transporte de bagagens pelos passageiros e possam vender passagens a 1€.

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